Espelho

Será que estou triste?
Não sei,
Contente,
Só hipocritamente direi sim,
Porquê?
Porque rir?
Porquê chorar?
Sim, sei,
Tenho fome de chorar,
Chamo, mas ninguém me ouve,
Olho-me e não me reconheço,
Vê, vê a tua tristeza,
Vê a tua solidão,
Dei cabo de mim,
Como tu deste cabo do meu coração,
Hoje sofro em silêncio,
Pois o meu mazoquismo ainda existe,
Mas talvez,
Todo o silêncio possa ser fértil,
E juntos possamos,
Voltar a estar...

Hello

Playground school bell rings again
rain clouds come to play again
has no one told you she's not breathing?
hello i'm your mind giving you someone to talk to
hello

If i smile and don't believe
soon i know i'll wake from this dream
don't try to fix me i'm not broken
hello i'm the lie living for you so you can hide
don't cry

Suddenly i know i'm not sleeping
hello i'm still here
all that's left of yesterday.

Amor - Luis de Camões

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Luís de Camões

Desejos

Tu és como o vento,
Sinto a tua presença,
Mas não te consigo tocar,
Tu és como um sonho,
Que começa quando adormeço,
E que acaba ao acordar,
Sonho em estar contigo,
Sempre que tal se proporcionar,
Gosto de ti como és,
Foi isso que me fez por ti apaixonar,
Não imagino a minha vida de outra forma,
Pois é sempre,
Do teu lado,
Que quero estar.

Existo

Eu quisera gritar ao mar,
Ao vento e ao sol,
A paixão que nasceu,
Quando te conheci,
Escrever no claro azul do firmamento,
O meu amor imenso,
O meu amor por ti.

Brisa ligeira,
Leva-lhe o meu beijo,
Acaricia-o tu,
Onda do mar,
E conta-lhe baixinho o meu desejo,
O desejo que me possas amar.

Amar-te assim,
Como ninguém te amou,
Beijar-te,
Como nunca ninguém te beijou,
Mas escrevo apenas estes versos,
Pois sei que tu, nem os lês.

Sou tua, sim,
Mas tu não o podes saber,
Nem recordas que existo,
Jamais me amarás,
Passas junto a mim,
E não me vês.

Silêncio

No silêncio da tua boca,
O amor descobri,
Soube apreciar cada momento,
Passado junto a ti.
Sinto-me só neste momento,
Pois estou no meu leito deitada,
É como um fino caixão de vidro,
Onde me sinto encurralada,
Fina camada de frio,
Ardente paixão,
Que de leve sentiu,
Naquela bela madrugada.
Recordo-me tão bem desse dia,
E daquela lua adorada,
O meu amor por ti surgiu,
E hoje por ti, sou apaixonada.
Hoje venero a lua,
Em todas as formas encontradas,
Por vezes encorberta,
Mas para sempre a sua presença notada.